Morreu? Bem feito! Bandido bom é bandido morto! Tenho raiva dessa gente dos direitos humanos. Direitos humanos são para humanos direitos…
- E se o bandido for você? Retruco de imediato.
- Como assim, Marcos, me respeite! Eu nunca cometi crime! Sou uma pessoa direita, cumpro com meus deveres…
É mais forte do que eu. Não resisto, e solto o rosário:
- Nunca bebeu e foi dirigir? Nunca sonegou impostos? Nunca comprou DVD pirata? Nunca baixou sem pagar conteúdo privado na internet? Nunca ofendeu alguém por orientação sexual, cor de pele ou etnia? Nunca deu um murro em alguém? Nunca levou para casa uma “lembrancinha” do hotel? Nunca recebeu um troco a mais e ficou calado?
(E paro por aqui. Acredite: a lista dos crimes não tem fim)
Ao que sempre escuto:
- Ah, mas aí todo mundo já fez um ou outro, né? Você não quer comparar essas besteiras com o que esse vagabundo fez, não é?
Nesse momento, penso nas falhas já cometidas, nas que cometemos, e nas que ainda cometeremos. Penso nas famílias e nas oportunidades ofertadas a cada um nós: a mim, a meu amigo e o “bandido”.
Fico calado. Tomo um gole de cerveja, e deixo o amigo que deseja a morte do bandido pensando sobre a sua condição de homem de bem.
Olho para ele, dou um sorriso e desejo que suas palavras não tenham força. Desejo que a morte não o leve. Nem me leve também.
Nas próximas colunas, tratarei dos crimes cometidos pelos seres falhos, nós, seres humanos.
*Marcos Souza Filho é advogado e professor. Envie suas dúvidas, comentários e críticas para o msouzafilho@outlook.com.
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