domingo, 12 de abril de 2020

CRISTO, A NOSSA PÁSCOA, JÁ RESSUSCITOU!

 “Escolhei, e tomai cordeiros segundo as vossas famílias, e sacrificai a Páscoa” (Êxodo 12.21).      “Porque Cristo, a nossa páscoa já foi sacrificado” (1 Coríntios 5.7).


PASTOR ANTÔNIO SÉRGIO A. COSTA

Sua origem é tão antiga quanto à história do povo de Deus e remonta a “saída” (heb. “pesah”) do Egito sob a liderança de Moisés, o legislador e libertador dos hebreus. Historicamente, a páscoa judaica relaciona-se com a décima praga que culminou com a morte dos primogênitos e a saída rápida do Egito (Êxodo 12:1-58). O sangue posto nas portas simbolizaria o sinal e a garantia de que Deus pouparia os hebreus da morte no Egito. O substantivo “pesah” (pessar) é derivado do verbo ‘pãsah’, que significa “passar por cima”, no sentido de “poupar” (Ex. 12.12-13). A páscoa é associada com a festa dos pães asmos (hag hammmassôt), quando toda levedura (fermento) deveria ser terminantemente excluída das mesas dos hebreus (Ex. 12.7). Assim, no entardecer do dia 14 de Nisã (Abibe/Abril), “os cordeiros da páscoa eram mortos e, depois de assados, comidos com pães asmos e ervas amargas” (Êxodo 12.8), o que relembrava a saída rápida e a amarga escravidão no Egito. Nos tempos do Antigo Testamento, infelizmente, os hebreus negligenciaram frequentemente a observância da Páscoa. E, como conseqüência, depois do evento pascoal celebrado no monte Sinai (Números 9.1-14), sob a liderança de Moisés e Arão, nenhuma outra Páscoa ocorreu, a não ser após a entrada na terra da promessa, ou seja, Canaã (Josué 5.10). Os reis reformadores Ezequias (2 Crônicas 30.1 ss) e Josias (2 Reis 23.21-23; 2 Crônicas 35), deram atenção à observância da Páscoa. Depois da dedicação do segundo Templo, foi celebrada uma Páscoa notável e cheia de alegria pelos hebreus (cf., Esdras 6.19-22). A experiência Páscoa devia ser repetida a cada ano, como forma de fixar na memória o grande evento libertador do povo de Deus; e, principalmente como forma de instrução às novas gerações, que precisariam conhecer o amor de Deus para com Israel (Ex. 12.24-27). Esta é a origem da páscoa cristã, ou seja, suas raízes históricas, bíblicas e teológicas. Sendo a mais antiga das Festas móveis (Êxodo 12.12-28), sua data determina a maioria dos eventos no calendário da liturgia cristã.

Mas, o que a páscoa representa para a igreja cristã? E, principalmente para os cristãos dos dias atuais?

João batista, o precursor do Messias, ao ver o Cristo, afirmou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29; 33). A morte de Jesus Cristo naépoca da páscoa judaica era considerada pela igreja antiga muito importante. Paulo, apóstolo aos gentios, afirma que “Cristo, a nossa páscoa, já foi sacrificado” (1 Coríntios 5.7), o que deixa claro a vinculação de seu sacrifício no calvário com a Páscoa judaica, nos termos do que Moisés ordenara aos anciãos de Israel: “Escolhei, e tomai cordeiros segundo as vossas famílias, e sacrificai a Páscoa” (Êxodo 12.21). Este ato de cada família hebreia vinculava-as ao plano redentor de Deus e, desse modo, ao próprio Deus. Uma das questões mais debatidas ao longo dos séculos tem sido a data da celebração da páscoa. O Concílio de Nicéia (325 a.D) adotou o domingo de cada ano logo depois da lua cheia, após o equinócio da primavera (21 de março). E, numa tentativa de resgatar a unidade da Igreja, o segundo domingo de abril, tem sido adotado pelas Igrejas cristãs em todo o mundo, como forma conciliadora desta unidade. Na realidade, o que realmente importa é saber que Jesus Cristo,“o cordeiro pascal” (João 1.29; 33). foi sacrificado para a salvação de toda a humanidade (João 3.16). E, assim, todo o que nele crê será salvo eternamente, pois o seu sacrifício é suficiente para salvar e reconciliar com Deus todo o pecador que se arrepende e crer (João 3.16,17; Rom. 3.23; 6.23). Logo, tem razão o apóstolo Paulo:“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5.1).

Enfim, qual o aspecto mais importante para os cristãos hoje? Certamente, relembrar o amor de Deus revelado no sacrifício pascoal de Jesus Cristo e do qual a Ceia é uma lembrança permanente (1 Coríntios 11.23). Vital, pois para a Igreja e para todos quantos creem. Vital, igualmente, na vida de cada pessoa e de cada família cristã. A Ceia é, sobretudo, uma lembrança do sacrifício do Cristo. Este é o real sentido da Páscoa: Deus em Cristo, incluindo-nos em sua família. A comunhão à mesa relembra, sobretudo, a comunhão com o Messias, o redentor de Israel e da humanidade que chama os pecadores ao arrependimento e a fé; logo, para a família de Deus. Este amor incomparável chegou ao seu clímax na sua auto identificação com o pecado do mundo no Calvário. Assim, os cristãos têm comunhão com Jesus Cristo, o cordeiro sacrificado e ressurreto por meio da lembrança de sua morte (1 Co 15.1-8). A Ceia do Senhor (Mateus 26.17-19; 26-30; 1 Co 11.23-30), é, a um só tempo: recordação do sacrifício, celebração da fé e da fraternidade que vincula a Igreja com o futuro e a glória de Cristo. Tal confiança vincula os cristãos ao seu reino que já é, mas ainda será, conforme ensina o Senhor Jesus: “E digo-vos, desta hora em diante, não beberei do fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai” (Mateus 26.29). “Maranathá: Ora, vem, Senhor Jesus!”. Assim, para os cristãos, a Páscoa é o dia e a época de cada ano quando a Igreja comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Trata-se, portanto, de uma das celebrações mais importantes do cristianismo. Jesus Cristo, o nosso cordeiro pascal, já foi sacrificado. Amem. Feliz pascoa amados irmãos e todo o povo de Deus! Amém.

Feliz Páscoa!

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