POR GABRIEL JOSÉ
Estudante de Cinema da UESB
Ultimamente, os filmes de guerra produzidos em Hollywood se atentavam para o fato de tratar a maneira como os soldados regiam na volta para casa e na inserção deles na sociedade. Foi assim com A Volta dos Bravos e, recentemente, com o longa-metragem Entre Irmãos, dirigido pelo experiente Jim Sheridan. No entanto, estes mesmos filmes caíram no esquecimento e a ficou a impressão de que a mensagem que eles quiseram passar não funcionou muito bem. Como diz no Jornalismo: houve um ruído na comunicação. Além disso, eles emprestaram as suas tramas em torno do patriotismo exacerbado dos americanos, tentando justificar o fato deles estarem ali, sempre os colocando como seres superiores e que estavam fazendo o melhor para ajudar em uma casa.
Mas isso não é o que acontece com Guerra ao Terror. Definitivamente, KathrynBigelow transforma o seu filme de guerra, um assunto tanto debatido em outras obras, em algo que vai além da mera discussão do conflito. Na realidade, o roteirista Mark Boal não se preocupa com questões políticas, mas sim com a trama. A história é simples: um grupo de soldados americanos está prestes a terminar o seu serviço no Iraque para voltar para casa. Apesar disso, o trabalho que eles desempenham no meio deste conflito é bastante complexo: desarmar bombas com o objetivo de proteger, não apenas os soldados americanos, mas toda a população iraquiana. Surge, então, a figura do Sarg. Will James (Renner), um soldado apaixonado pela guerra e por tudo que ela envolve. Com ele, Bigelow e Boal vão muito além do que apenas narrar os dias que restam para este grupo voltar pra casa e um outro assumir o controle.