quarta-feira, 27 de agosto de 2014

SÉTIMA ARTE EM DESTAQUE: MAGIC MIKE


POR GABRIEL JOSÉ
Estudante de cinema da UESB

Channing Tatum, astro de filmes de ação como “G.I. Joe – A Origem de Cobra” e romances água com açúcar como “Querido John” e “Para Sempre”, já foi um stripper. A informação, nunca escondida, até fez com que o ator de 32 anos declarasse, anos atrás, que adoraria ter sua história contada em Hollywood. A indústria do cinema, de olho em cifrões, atendeu ao pedido de Tatum.

Dirigido por Steven Soderbergh, que tem em sua filmografia alguns ótimos longas como “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento”, “Traffic”, além da trilogia “Onze Homens e Um Segredo”, arregaçou as mangas e chamou uma equipe de músculos em dia para “Magic Mike”, mistura de drama, comédia e biografia para mostrar a vida de Tatum antes de entrar para o mundo do cinema. O biografado, claro, não podia estar de fora.


No longa, Mike (Tatum) é um rapaz que se desdobra entre bicos profissionais, o sonho de uma carreira estável e noites regadas a sexo que se alternam com apresentações no clube de Dallas (Matthew McConaughey). Certo dia, enquanto conserta telhados, Mike conhece Adam (Alex Pettyfer, mais conhecido por protagonizar “Eu Sou o Número Quatro”). Perdido na vida aos 19 anos, o rapaz se torna o mais novo pupilo de Mike, que o levará para as apresentações.


Sem saber nada de dança, Adam é jogado no palco e tem de se virar para ganhar umas boas verdinhas na sunga. Com beleza, carisma e um corpo que agrada a mulherada, Adam (aqui personificando o então inexperiente Tatum em sua tenra idade) ficará encantado com toda a grana fácil, mulheres e drogas daquele universo, levando-o a diversas inconsequências. O novo estilo de vida do rapaz não agradará nada à carrancuda irmã Brooke (Cody Horn) que, mais do que esperado, será objeto de interesse de Mike.

O roteiro, escrito pelo desconhecido ator, roteirista e produtor ReidCarolin (que também faz uma ponta no longa), é carregado de clichês, frases prontas, o filme funciona como entretenimento e é um colírio visual a interessados em bíceps, tríceps e glúteos modelados para atrair, obviamente expostos em grande parte das cenas.

Reciclando sem novidades todos os clichês do submundo que envolve o universo do espetáculo (drogas, guerra de egos e sexo), “Magic Mike” é feito em formato de videoclipe, com trilha sonora pop e ritmo frenético. O resultado final, pelo visto, agradou, já que o filme custou cerca de US$ 7 milhões e arrecadou mais de US$ 113 milhões somente nos EUA.

O epílogo é politicamente correto, bem à revelia de outros trabalhos de Soderbergh, aqui pagando as contas, típico a lições de moral.  Há rumores, inclusive, de uma continuação que, segundo Channing Tatum, deve demorar a acontecer e deve tê-lo assumindo a direção no lugar de Soderbergh. O filme, assim, cumpre sua função de divertir o público a qual é destinado.


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