Há dez anos (24 de maio) nos despedimos saudosamente do prof. Mozart Tanajura. Compartilho com os leitores um texto de minha autoria sobre a produção literária deste notável escritor e, ao longo da semana, algumas poesias e artigos.
A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE
MOZART TANAJURA
Por Mozart Tanajura Júnior (filho do escritor Mozart Tanajura e atual presidente da Academia Conquistense de Letras)
A produção literária e historiográfica do professor Mozart Tanajura é muito vasta, incluindo poesias, contos, crônicas, ensaios e artigos. Muitos destes escritos, sejam literários ou históricos, foram publicados em coletâneas, cadernos literários, revistas e em jornais. Contudo, é interessante frisar que parte considerável de sua preciosa obra permanece ainda inédita. Dentre estas obras citam-se: “Almanaque de Província, além da História” (em colaboração com o escritor Carlos Jehovah), “Breve História da Literatura Conquistense”, “O Arcaísmo na Zona Rural”; além de ter organizado as obras completas de Camilo de Jesus Lima. Há ainda a obra “Memorial da Prefeitura: paço municipal, quartel e cadeia” que será brevemente publicada.
Desde cedo, Mozart Tanajura dedicou-se à leitura das grandes obras da literatura brasileira e universal, tornando-se um profundo conhecedor das letras e impulsionando-o à construção literária. Segundo consta em sua cronologia da vida e obra, o escritor publicou a sua primeira poesia – nos moldes da poética moderna – por volta do ano de 1962, no jornal “O Lampião”, em Livramento de Nossa Senhora, sua terra natal. A partir daí, Mozart Tanajura, residindo em Vitória da Conquista (1965), passa a colaborar com os jornais locais da época, escrevendo crônicas, ensaios literários e poesias. Logo depois, dedica-se também à escrita de artigos históricos, deixando-nos uma valiosa colaboração histórico-cultural.
Além destas publicações, o historiador escreveu os seguintes livros: História de Conquista – Crônica de uma Cidade (1992); História de uma Cidade contada por ela mesma (2002); História de Livramento: A Terra e o Homem (2004).
Outrossim, cabe mencionar que o escritor prefaciou diversos livros de autores conquistenses e da região, contribuindo consideravelmente para a edificação de nossas letras.
Com relação à sua produção poética, o literato elaborou várias poesias, reunindo-as numa coletânea inédita denominada “Imagens Rupestres”. Dentro desta produção, destacam-se: “Noturno de Vitória da Conquista”, que versa sobre a História desta cidade, composição de relevante expressão poética e historiográfica; “O Homem e a sua Fome”, poesia que visa a sensibilizar o leitor quanto aos problemas sociais; “Estrada Real”, poema de cunho histórico. Outras poesias memoráveis: “O Ouro da Inconfidência”, “Poema do Entardecer” e “Convite”. A sua última poesia completa foi “Poema escrito no Avião”, a qual pode ser considerada como uma de suas mais belas composições. Nota-se neste poema o aspecto transcendental, sobretudo nos últimos versos, os quais nos convidam a uma reflexão referente ao encontro entre Deus e o homem. De fato, a sua poesia é expressão autêntica de um escritor que acreditava na construção de um mundo mais justo e solidário, em que todos gozassem de seus verdadeiros direitos de cidadãos.
Como se vê, o poeta e historiador Mozart Tanajura nos deixou um notável acervo cultural de sua autoria, transmitindo-nos o conhecimento histórico-literário e dignificando a nossa exímia literatura regional, repleta de bons escritores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário