segunda-feira, 24 de março de 2014

CONHEÇA UM LIVRO DE 41 MIL PÁGINAS

DA REDAÇÃO
Foto: Divulgação/Fabiana Aragão

O livro chama "Pátria Amada", escrito pelo advogado mineiro Vinícios Leôncio, de 54 anos. O profissional de direito dedicou parte de seu tempo, desde 1991, para pesquisar e reunir a legislação tributária do país em um só livro. 

“O que eu sempre quis com isso é convocar a sociedade para uma necessidade de mudança nessa legislação, que é imensa e causa uma insegurança jurídica tão grande, um verdadeiro entrave na vida do cidadão”, diz em entrevista ao portal G1, fonte dessas informações.

A publicação, séria candidata ao entrar no Guiness, tem 2,10 metros de altura e 75 toneladas. Ela foi concluída na última quinta-feira (20) e está em um galpão de Contagem (MG). Ela será levada ao Congresso Nacional, em Brasília, nesta terça-feira (25), para ser apresentado à Frente Parlamentar de Desburocratização. O profissional ainda declara: “Quero levar ele pelo Brasil, principalmente para os centros universitários do país, onde se concentram os estudantes. Eles representam o futuro, e precisam estar conscientes disso”.

O desafio para conseguir terminar o projeto começou com a ausência de um patrocínio. Por ser uma ideia ousada, que exigia tempo e persistência, muitas pessoas não acreditavam na publicação do livro. Sem desistir, Leôncio investiu R$ 1 milhão de seu próprio dinheiro para ver o livro pronto. “Mais de 30%  dessa quantia foi gasta com tributos”, lembra.

O propósito da publicação é reunir parcialmente as eis tributárias aplicadas no país. “O autor do livro talvez tivesse que ser o Congresso Nacional”, diz. Depois de ver o livro pronto, ainda existe a vontade de atualizá-lo no futuro. "O que eu fiz foi uma coletânea parcial, já que, por dia, pelo menos 35 novas normas são publicadas na legislação tributária", explica.

Leôncio não tinha a intenção de publicar um livro tão grande, no início do projeto. “Mas como eu queria era chamar a atenção, eu resolvi com o tempo que seria uma boa ideia”. Com isso, um novo problema surgiu, já que a impressão do tamanho desejado não existe no Brasil. Para ter as páginas de cerca de 1,5 metro de largura, ele precisou conseguir uma impressora importada da China, com tecnologia para imprimir outdoors. “Aluguei um galpão em Contagem para que o trabalho fosse feito. Comecei a imprimir em 2008”, diz.

Mineiro de Iguatama, Leêncio chegou ainda jovem a Belo Horizonte, aos 16 anos, sonhando ser advogado. Teve que passar por toida a sorte de dificuldades, como a falta de dinheiro, a necessidade de morar na rua, e a ausência de tempo para cursar direito, devido ao trabalhos dos quais ele não podia abrir mão.

Aos 25, ele conseguiu se matricular na Faculdade de Direito do Oeste de Minas (Fadom), em Divinópolis. “Era o único lugar que encontrei que tinha aulas só duas vezes por semana, então eu podia conciliar com meus trabalhos e continuar vivendo em Belo Horizonte”, conta.

O advogado ainda quis ser especialista em Direito Tributário, abrindo seu próprio escritório de advocacia empresarial. No tempo em que se dedicou ao livro, foram cerca de cinco horas diárias destinadas às pesquisas, sempre conciliadas às outras funções do escritório.  Para ajudá-lo com a coletânea de leis, ele chegou a contratar cerca de 37 funcionários, entre eles pesquisadores, advogados e estagiários.

Ao longo desse tempo, ele Leôncio viveu um divórcio, o nascimento de dois de seus três filhos, três infartos e o início de outro casamento. Ao ver o livro pronto, ele considera que se trata de uma prova de amor à pátria, por todo otimismo que ainda deposita no futuro da legislação brasileira. “Por isso mesmo que eu escolhi esse nome para minha obra, Pátria Amada”. 

A publicação deverá ficar no Congresso Nacional entre esta terça e quarta-feira. depois, vai ser levada para São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Após levar o livro pelo Brasil, Leôncio pretende deixá-lo em uma fazenda dele, em Santana dos Montes, na Região Central de Minas Gerais, lugar que o advogado quer transformar em uma espécie de museu de antiguidades. "Lá é um bom lugar para ele, porque é uma casa muito ligada à Inconfidência Mineira, é um lugar histórico", diz.

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