segunda-feira, 13 de junho de 2016

ANIMAÇÕES “ÓRUN ÀIYÉ” E “ENTRONCAMENTO” VENCEM A MOSTRA COMPETITIVA DE CURTAS DO VI FECIBA





PRESS RELEASE

Após passar por três cidades – Juazeiro, Feira de Santana e Itabuna – levando uma programação intensa, que abarcou oficinas, debates e muitos filmes – no total foram 26 curtas-metragens e 18 longas-metragens – a sexta edição do FECIBA – Festival de Cinema Baiano chegou ao fim neste sábado, 11 de Junho, no Centro de Cultura Adonias Filho, em Itabuna. Durante a cerimônia de encerramento, foram anunciados os vencedores das categorias Voto Popular e Júri Técnico, pela Mostra Competitiva de Curtas.


Duas animações levaram os maiores prêmios da noite: “Órun Àiyé: A Criação do Mundo”, de Jamile Coelho e Cintia Maria, escolhido melhor filme pelo público e “Entroncamento”, de Maria Carolina e Igor Souza, escolhido como melhor filme pelo trio de jurados composto por Henrique Dantas, Marialva Monteiro e Sylvia Abreu, que ressaltaram a qualidade técnica de todos os curtas selecionados nesta edição do festival. As produções levaram o Troféu FECIBA e os prêmios em dinheiro de R$3.000,00 (três mil reais) e R$ 2.000,00 (dois mil reais), respectivamente.



Confira abaixo todos os vencedores do Troféu FECIBA na Mostra Competitiva de Curtas:



Melhor Filme Júri Técnico – “Entroncamento”, de Maria Carolina e Igor Souza

Melhor Filme Público – “Órun Àiyé: A Criação do Mundo”, de Jamile Coelho e Cintia Maria

Melhor Direção – Jamille Fortunato e Cariane Martines – “Cordilheira de Amoras II”

Melhor Roteiro – Maria Carolina e Igor Souza – “Entroncamento”

Melhor Direção de Fotografia – Gabriel Teixeira – “IFÁ”

Melhor Direção de Arte – Igor Souza – “Entroncamento”

Melhor Montagem – Maria Carolina – “Entroncamento”

Melhor Desenho de Som – Roberto Ferraz – “Entroncamento”

Melhor Trilha Sonora – João Meirelles – “Entroncamento”

Melhor Ator – Mário Bezerra – “Neandertais”

Melhor Atriz – Cariane Martines – “Cordilheira de Amoras II”

Menção Honrosa – “Sísifo do Vale” – Pela investigação de linguagem e pelo resgate do personagem local e a sua analogia com o mito do sísifo.


Saiba como foram os três dias de FECIBA em Itabuna:

Homenagem a Mário Gusmão marca noite de estreia

Celebrar o cinema baiano. Esse foi o clima do primeiro dia do VI FECIBA – Festival de Cinema Baiano em Itabuna. Pela manhã, o início da Oficina de Direção de Fotografia com Jeronimo Soffer começou a apresentar as dinâmicas inerentes ao processo de realização audiovisual do ponto de vista do profissional da fotografia, embasando a formação e a representação da imagem.



Um público atento foi recebido pela equipe do festival, que ressaltou o caráter itinerante do FECIBA, que pela primeira vez, circulou por importantes cidades do estado. Após a cerimônia de abertura, a homenagem a Mário Gusmão teve destaque com o espetáculo “Anjo Negro”, do Grupo Encantarte, que trouxe a memória deste importante ator e diretor teatral que influenciou a trajetória de muitos artistas na década de 1980 em Itabuna e toda a região Sul da Bahia.



Na sequência, o filme “Hereros Angola”, de Sérgio Guerra, foi exibido dentro da Mostra Atualidades. O documentário retrata os nativos do sudoeste de Angola, na África, os hereros, povo de história milenar que preza pelos ensinamentos familiares e pela passagem de conhecimento e de costumes de uma geração para outra



Sessão lotada da Mostra Infanto juvenil foi destaque do segundo dia de festival

O segundo dia do festival começou movimentado com a Mostra Infanto-Juvenil, com a exibição da animação “O menino e o mundo”, de Alê Abreu, e dos curtas “Alguma coisa na vida”, do Coletivo LEM e “Como dissecar uma menina malina”, de Deoveki Silva. A sessão contou com alunos da Escola Estadual Luiz Eduardo Magalhães, do Centro Territorial de Educação Profissional do Litoral Sul, do Colégio Adventista, da Casa das Artes e do Instituto Municipal de Educação Aziz Maron, que lotaram o Centro de Cultura Adonias Filho

No início da tarde, a Mostra Bahia Adentro trouxe os filmes “Tom da Terra”, de Victor Brasileiro, “Candeias”, de Felipe Wenceslau e Augusto Pessoa, “Coroas” de Isaac Donato e Marília Cunha, “A morte no cinema”, de Evandro de Freitas e “Lira”, de Rava Midlej. Após a sessão, rolou bate papo com o público. Na sequência, a Mostra Retrospectiva a exibiu o longa “Anjo Negro”, de José Umberto.

A Mostra Competitiva exibiu pela última vez o Programa 1 composto pelos curtas “Cordilheira de Amora II”, de Jamille Fortunato, “Órun Àiyé: A Criação do Mundo”, de Jamile Coelho e Cintia Maria, “Neandertais”, de Marcus Curvelo, “Entroncamento”, de Maria Carolina e Igor Souza e “Retomada”, de Leon Sampaio, que contou ainda com a presença de representantes de alguns dos filmes exibidos para conversar com o público.

Finalizando o dia, a Mostra Bahia Afora trouxe o curta “Rotas da Marrabenta – Música moçambicana em movimento”, de Maurício Oliveira e o longa “Tudo que aprendemos juntos” de Sérgio Machado, que conta a história de Laerte (Lázaro Ramos), um músico promissor que perde a chance de trabalhar na maior orquestra sinfônica da América Latina e, frustrado e com problemas financeiros, vai dar aulas na favela de Heliópolis, onde encontra, entre outros jovens, Samuel, garoto cujo talento e dedicação o faz lembrar de si mesmo.



O ator Kaique de Jesus, que interpreta Samuel, esteve presente na sessão e também bateu um papo com o público. Kaique, que é baiano da cidade de Ubatã, falou da representatividade de seu personagem e do processo de produção do filme. “Passamos por um processo de construção de personagem bastante intenso, aprendemos a tocar violino durante um ano. Gostei muito do trabalho do set, de todos os meus colegas de cena, inclusive do Lázaro (Ramos), que foi super generoso com todos. E ser dirigido pelo Sérgio Machado foi um grande aprendizado, ele tende a deixar o ator bastante à vontade, o que facilita e enriquece o processo de filmagem”, contou.



Estreia do filme “A noite escuta da alma” e premiação de curtas marcam encerramento do VI FECIBA



O último dia do VI FECIBA começou com a finalização das atividades da oficina de Direção de Fotografia, ministrada por Jeronimo Soffer, que destacou o caráter diverso da turma que participou do curso. “A turma se mostrou muito disposta e as dinâmicas funcionaram bem. Foi interessante ver pessoas com níveis distintos de familiaridade com o fazer audiovisual buscando entender a forma de pensar a fotografia de um projeto”, pontuou.

No foyer, o lançamento da terceira edição do seu livro “Cinema: uma janela mágica”, de Marialva Monteiro, que é destinado a jovens ou adultos iniciantes na linguagem cinematográfica, fez o aquecimento para o início da mesa redonda “A linha de fronteira se rompeu” que contou com a participação da escritora e também da co-fundadora do Coletivo Gaiolas, Camila Camila e da poeta e professora Daniela Galdino. A performance “Retirantes”, coordenada pela atriz e pesquisadora Elaine Belavista conduziu o público até a sala principal do Centro de Cultura Adonias Filho, onde aconteceu o debate.

Na mesa, temas como as lutas sociais contemporâneas aliados ao movimento cinematográfico do interior baiano, a negritude, a inclusão social, o lugar do feminismo na sétima arte e a obrigatoriedade do cinema brasileiro nas escolas foram discutidos. Durante o debate, Camila Camila falou sobre a importância da internet como meio de quebra de fronteiras na divulgação das produções. “Mesmo sabendo da importância dos festivais, considero hoje a internet como nossa principal forma de distribuição”, comentou.

Ainda tendo as fronteiras como temática principal, Daniela Galdino destacou a necessidade de quebrar as barreiras que separam a arte (e o artista) do público. “Toda fronteira é uma construção social e ter o público para dialogando com a arte é uma forma de romper essa disparidade”, completou. Marialva Monteiro, em sua fala, salientou as fronteiras que o cinema brasileiro ainda precisa romper. “Todo filme após ser produzido, sofre um grande problema que é a distribuição, ou seja, chegar ao público. Porém duas outras grandes barreiras que urgem ser rompidas é o preconceito e a falta de conhecimento desse público em torno do cinema nacional”, pontuou.

Abrindo as exibições da tarde, a Mostra Sexualidades, que explora e discute a temática de gênero do cinema nacional e regional, trouxe os filmes “A seita”, de André Antônio e “Negra”, de Jaco Galdino e na sequência, ocorreu a última exibição do Programa 2 da Mostra Competitiva com os curtas “Salitre”, de Lara Belov, “Sísifo do Vale”, de George Varanese, “Ana”, de Camila Camila, “IFÁ”, de Leo França e “Sandrine”, de Elen Linth e Leandro Rodrigues.

A última sessão do VI FECIBA ficou por conta de “A noite escura da alma”, filme que aborda a ditadura militar e civil ocorrida na Bahia.  O diretor Henrique Dantas, estava na sessão e conversou com o público após a exibição. “O filme tem uma carga grande de experimentação e não foi realizado para agradar ninguém. É um híbrido, que tem na performance sua principal linguagem. Eu reluto em classificá-lo como documentário, visto que ele flerta com a ficção, na medida que as situações foram criadas para seren filmadas”, relatou. Na sequência, na cerimônia de encerramento e premiação, o público conheceu os filmes vencedores da Mostra Competitiva de Curtas nas categorias técnicas e de júri popular.

O VI FECIBA foi contemplado pelo edital 02/2015 – Agitação Cultural – Dinamização de Espaços Culturais da Bahia, vinculado ao Fundo de Cultura da Bahia – FCBA, promovido pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia e é uma realização do NúProArt – Núcleo de Produções Artísticas e da Voo Audiovisual.

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