domingo, 29 de maio de 2016

SÉTIMA ARTE: O MAIOR AMOR DO MUNDO



POR GABRIEL JOSÉ
Estudante de Cinema da UESB

Quantos não são os arranjos que dão conta de representar as mais variadas formas de amor da contemporaneidade? Há a mãe divorciada (que se dá bem com o ex-marido); a mãe do bebê fruto de uma relação inter-racial; de um amor de sexualidade não-convencional; tem claro, aquela conservadora, educada em outra época; a mãe insegura; a progenitora ausente; e até mesmo o pai que é mãe.

A ideia de contemplar toda essa complexidade, portanto, é um ponto, em princípio, positivo na construção deste O Maior Amor do Mundo  ou Mother’s Day (Dia das Mães), no original. Mas a julgar pelo que Garry Marshall á havia feito com outros “feriados” (são dele Idas e Vindas do Amor  de 2010, lançado no dia dos namorados; e Noite de Ano Novo , título autoexplicativo, de 2011), não chega a ser uma surpresa que o resultado é uma obra careta e oportunista.


Primeiro porque, se a diversidade é bem-vinda, no que tange à concepção, a execução é tão rasa quanto possível. Ao mirar em todos, Marshall e sua equipe não atingem ninguém. E, claramente, a intenção não é emocionar a todo tipo de público, mas considerar que qualquer pessoa é um pagante de ingresso em potencial. Fora que o excesso de “momentos Kodak” ainda banaliza tanto a (potencial) emoção, quanto o clímax, em si.


Isso sem contar as falhas do roteiro. Com tanta frente aberta, não há tempo hábil (mesmo com quase duas horas de projeção) de fechar adequadamente os segmentos, e as soluções resultam grosseirasNesse contexto, Julia Roberts parece ter aceitado o convite em retribuição (uma dívida eterna) a Garry Marshall que, responsável pelo comando de filmes como Uma Linda Mulher e Noiva em Fuga, contribuiu para a projeção da carreira (e da conta bancária) da atriz.

Mas quem se importa? Marshall e sua equipe subestimam a inteligência do espectador por acreditarem que não se questiona a mensagem do filme (bonita, claro), que preconiza o amor de mãe, ou o amor incondicional. É a ideia de que, de olhos marejados, o público não consiga discernir o chão onde pisa. Golpe baixo. Que não se ponha em cheque o sentimento. O que está na berlinda aqui é uma obra cinematográfica. E, essa, melosa e abraçada a todo tipo de clichê, pouco ou nada está interessada no verdadeiro sentimento. É sua carteira que eles amam.

Nesse contexto,Julia Roberts parece ter aceitado o convite em retribuição (uma dívida eterna) a Garry Marshall que, responsável pelo comando de filmes como Uma Linda Mulher (1990) e Noiva em Fuga , contribuiu para a projeção da carreira (e da conta bancária) da atriz.

Mas quem se importa? Marshall e sua equipe subestimam a inteligência do espectador por acreditarem que não se questiona a mensagem do filme (bonita, claro), que preconiza o amor de mãe, ou o amor incondicional. É a ideia de que, de olhos marejados, o público não consiga discernir o chão onde pisa. Golpe baixo. Que não se ponha em cheque o sentimento. O que está na berlinda aqui é uma obra cinematográfica. E, essa, melosa e abraçada a todo tipo de clichê, pouco ou nada está interessada no verdadeiro sentimento. É sua carteira que eles amam.

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