Fotos: Carol Garcia/Govba
SECOM/GOVBA
O som da percussão, com destaque para o berimbau, deu o compasso da abertura do show de Carlinhos Brown no segundo dia do Festival Eu sou a Concha, promovido para a reabertura do espaço, neste sábado (14). Solos de guitarra e trechos em ritmo de hip hop puxaram as palmas da plateia. Lazzo Matumbi também cantou com Brown e a participação do cantor Ney Matogrosso no show da banda Baiana System foi um dos momentos marcantes da noite. O público ouviu e cantou alguns dos sucessos que marcaram época.
De acordo com Ney, a Concha Acústica faz parte da sua história. “A Concha Acústica foi onde eu pisei pela primeira vez como artista em Salvador. Eu tinha um desejo enorme de voltar. Estar aqui na reinauguração para mim é um prazer e uma honra enorme. Eu acho um lugar icônico da Bahia. Esse lugar sempre provoca emoção. Esse lugar é especial, tem uma coisa diferente. Há uma proximidade muito grande com o público".
Quem também aprovou o espaço foi Brown. "A Concha hoje tem um aparato de qualidade gigantesca. Os camarins estão lindos. Tem estacionamento. Tem um acesso maravilhoso do Teatro Castro Alves. Nós estamos demasiadamente felizes pelo fato de ter tido esta oportunidade hoje. Recebemos Lazzo, aquele lindo, um rei, um cantor maravilhoso. Superou minha expectativa. Não deixei de fazer o Carnaval, mas misturei [com outras músicas]. Fiz 'Selva Branca' sem aquela percussão carnavalesca. Cantei 'Uma Brasileira', [que é uma] parceria com Herbert [Vianna]. Estou muito feliz", afirmou o cantor.
Lazzo Matumbi cantou em uma cadeira de rodas. Força de vontade tirada da alma de artista. “Nesse momento, estou sendo trazido pela música, pela energia de abrir a boca e cantar nesse espaço que é dez, que a gente sempre esperou e curtiu. A Concha era um lugar onde nos sentimos verdadeiramente artistas, é lindo porque estamos tocando em um lugar democrático, sem lugar marcado, as pessoas chegam tranquilas, de boa. Este espaço merecia voltar e a gente que faz música está super feliz”.
Encerrando a noite, a irreverência e a energia da banda Baiana System transformaram a Concha em um verdadeiro sistema de som, que fez o público pular, cantar e gritar. “Nós tocamos aqui no último show antes do fechamento. O maestro Letieres Leite disse que uma nota errada tocada com convicção é uma nota certa, e nós estamos nessa aprendizagem. Nesse formato grego da Concha, a gente vê o público perto da gente, do nosso lado, acima da gente, trazendo uma questão de entendimento e valorização pela música e não pela pessoa”, afirmou o vocalista da banda, Russo Passapusso.
O público foi diversificado, com gente de todas as tribos, dançando juntinho, dançando sozinho, o importante era se divertir. A advogada Taís Vinhas levou para a Concha a sobrinha Marina, de apenas três anos, e gostou do ambiente. “Foi enchendo aos poucos, com tranquilidade, dá para trazer criança, eu gostei muito". Marina, com sua sensibilidade de criança, gostou também dos artistas que fizeram performances de teatro fora do palco. “Eles levantaram a perna até a luz, dançaram. É bonito”, comentou a garota.
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