domingo, 14 de junho de 2015

SÉTIMA ARTE EM DESTAQUE: THELMA & LOUISE


POR GABRIEL JOSÉ
Estudante de Cinema da UESB

Um grande clássico dos anos 90, um filme que te prende do inicio ao fim, te envolve de tal maneira com suas personagens que não tem como dizer que não gostou do que acabou de assistir.

Confesso que já vi Thelma e Louise umas quatro vezes, , e digo que a emoção de assisti lo- atualmente foi completamente diferente quando o assistir a primeira vez em sua exibição no Inter Cine, talvez naquela época adolescente não tinha maturidade suficiente para compreender a verdadeira essência desse filme e o fascinante roteiro premiado com o Oscar.

A riqueza do roteiro da ex-garçonete Callie Khouri não seria transcrita pela beleza visual, nem pelo peso das imagens pura e simplesmente, mas pelo talento das duas mulheres que abraçassem a tarefa de dar vida a uma história que resume uma trama clássica americana, e um bordão até vencido, o da busca por liberdade, em todos os sentidos. Há quem considere Thelma & Louise um filme excessivamente feminista. Eu considero um desabafo. Foi escrito por uma mulher buscando um desabafo. Foi abraçado como um desabafo e vendido como uma busca engrandecedora pela liberdade, mesmo que ela venha através da queda de tudo o que simbolizava a prisão. A amizade entre as amigas é o grande elo que conecta o público ao que acontece na tela. Ele é palpável, graças à duas esplêndidas interpretações ambas indicadas ao Oscar de Susan Sarandon e Geena Davis.


Enquanto a segunda consegue ser verossímil ao dar vida a uma mulher assustada e ingênua, mas que descobre-se ao se ver livre de rédeas, Sarandon domina o filme de forma contida e sempre firme como Louise, uma personagem que não muda sua maneira de ver o mundo ao longo da história, apenas torna-se a base, para o bem ou para o mal, de todas as decisões que levam as amigas a atravessarem o país. Já Thelma é o personagem que sofre maior evolução durante toda a trama, seu encontro com um ladrão , interpretado por um Brad Pitt debutando nas telas do cinema, e sua convivência com Louise a transforma de tal maneira com que se torne um grande estudo de personagem.

Thelma & Louise é um dos melhores filmes dos anos 90, um hino à liberdade, às mulheres, à amizade, ao destino, ao foda-se o mundo. É um road-movie dos melhores que o cinema já viu.
É uma história de amizade das melhores que o cinema já construiu. O beijo entre as duas na cena final nunca foi motivo de polêmica porque tudo o que cerca ele é o que restou das duas horas anteriores de projeção ainda bem vivas na mente da plateia. Quando chega esse momento, é Thelma quem diz o que fazer, e não Louise, como acontecia na maior parte do filme. Quando ela diz “Let’s keep going”, é a tradução poética do “foda-se tudo”. É a escolha pelo caminho mais difícil, mas o mais libertador. É aquele solo de guitarra, a câmera lenta, a corrida desesperada, as mãos dadas, uma foto voando ao vento, rostos cheios de poeira, um cheiro de liberdade.

Desculpa o spoiller, mas foi preciso . De novo, o soco no estômago, a tremedeira nos ombros, o coração na boca., De arrepiar. Quem já viu reveja, vale a pena. Quem ainda não viu veja essa obra clássica de Ridley Scoot. Eu amo esse filme, e se você meu caro leitor, ainda não viu, tenho certeza que vai amar assim como eu, Grande Filme.

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