quinta-feira, 22 de maio de 2014

ALIMENTAÇÃO NA ESCOLA


POR CAMILA SILVEIRA
Nutricionista

Nosso país tem passado por uma período de transição nutricional, em que passamos de notificações de desnutrição à um aumento acentuado do número de crianças com sobrepeso/obesidade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as modificações ocorridas não foram percebidas somente aqui, mas em muitos outros países de diversas condições econômicas. Em estudo publicado recentemente pela OMS, que contou com dados de 199 países estudados num período de 20 anos, notou-se um aumento da obesidade, quando avaliado o índice de massa corporal (IMC) das crianças, principalmente em países em desenvolvimento.

Essas condições de desordens metabólicas, ocorridas em especial nesta fase da vida, podem levar a complicações associadas às enfermidades cardiovasculares, pulmonares, traumatológicas, psicológicas e algumas formas de câncer que irão se agravar na fase adulta.

Segundo Philipp (2000), a alimentação cumpre um papel muito importante durante todo o período de vida dos indivíduos. A idade escolar pode ser caracterizada por um período em que a criança apresenta um metabolismo muito mais acelerado, por isso pode se destacar como sendo uma fase em que os alimentos, escolhidos como fonte de alimentação, tenham rigorosa adequação nutricional, atendendo a estas necessidades fisiológicas.

Vários fatores podem influenciar o comportamento alimentar da criança, que podem ser entendidos como fatores externos (família e suas carcterísticas, atitudes de pais e amigos, valores socioculturais, mídia) e internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, experiências pessoais, preferências alimentares e desenvolvimento motor).

Entretanto, é importante ressaltar que para compor um cardápio adequado é essencial que sejam avaliadas condições como a disponibilidade dos alimentos, as preferências e recusas da criança, as preparações normalmente consumidas, o local onde serão feitas essas refeições, quem irá preparar os alimentos, as atividades e horários da criança, e principalmente, lembrar que crianças e adolescentes seguem os padrões alimentares dos pais, e que se estes não forem adaptados em conjunto, já é previsto um insucesso na tentativa de mudança do perfil alimentar da criança.

Infelizmente, os alimentos ofertados nas escolas para consumo no horário de lanche, muitas vezes não seguem os padrões alimentares adequados, o que torna essa adaptação uma tarefa não muito fácil para os pais, pois é difícil contornar a influência que a mídia e colegas irão exercer.

Desta forma, para garantir um lanche saudável e equilibrado às crianças é imprescindível que não falte:

Um líquido: para repor as perdas nas atividades físicas: sucos, chás, água de coco engarrafados ou em embalagem tetra-pack, preferencialmente sem açúcar.
Uma fruta: práticas para consumir com casca ou cuja casca pode ser retirada com facilidade (maçã, banana, pêra, morango, uva).
Um tipo de carboidrato: fornecer energia. Pães (integral, fôrma, sírio), bolachas sem recheio, bolos caseiros. Cuidado com a quantidade, pois é apenas parte do lanche.
Um tipo de proteína: proteínas lácteas: queijos, requeijões, iogurtes (somente se for possível manter em temperatura adequada).


Para tanto, devem ser evitados os snacks e salgadinhos, refrigerantes, isotônicos, balas, bolos com recheios e cremes, frituras, bolachas recheadas, biscoitos doces e salgados, assim como os alimentos enlatados, processados e ricos em conservantes, corantes e sódio.

Especificamente sobre os lanches, quando ofertados em horários determinados e em porções nutricionalmente calculadas, proporcionam boas condições para atingir o potencial de crescimento e para manter um bom estado nutricional até a fase adulta. É preciso estar atento não só aos excessos nos lanches, mas na alimentação do resto do dia, pois a preocupação com as quantidades de cálcio ingeridas também ganham importância, uma vez que devemos considerar a adequação de macro e micronutrientes em todas as refeições, para garantirmos o aporte suficiente, principalmente de minerais, que são responsáveis pelo desenvolvimento de nossas crianças.

Normalmente surgem as dúvidas e para evita-las é importante procurar orientação, neste caso um profissional de Nutrição será um bom amigo para estas recomendações!

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