quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

PANDEMIA ALTERA HÁBITOS DAS CRIANÇAS E AUMENTA O CONSUMO E GULOSEIMAS


 

POR ANDRESSA LIMA


Passados oito meses de isolamento e quarentena no Brasil, é consenso nas famílias que a rotina mudou, e muito, nesse período. Aulas online, crianças o tempo todo dentro de casa e pais e mães trabalhando em home office tornaram-se regra e, dentro de todo esse novo cenário, um ponto em particular tem levantado preocupação: como anda a saúde e a alimentação de nossas crianças? 


Para falar sobre o assunto e sobre como manter escolhas saudáveis e nutricionalmente adequadas, a Danone Nutricia – que acredita no poder da nutrição para transformar vidas – convidou a pediatra Flávia Nassif.  


 


“As crianças estão sendo privadas da infância. Não podem sair, não podem se encontrar com os amigos, não podem brincar no parque, não podem visitar os avós. E essas proibições todas têm impacto na saúde, pois estar saudável não significa só não estar doente: significa estar bem em sua totalidade, física e mental, podendo se alimentar bem, dormir bem e se desenvolver”, pontua. 


 


Em seu consultório em São Paulo, a pediatra tem notado, a cada mês, um aumento nas queixas. As reclamações, no entanto, são sempre as mesmas: as crianças estão se alimentando mal, dormindo mal, fazendo menos atividade física e apresentando mais dores de cabeça, nos olhos, e costas – essas últimas, resultados das horas e mais horas em frente aos eletrônicos, como computador e celular. 


 


“Não é de se estranhar que as queixas sejam essas. As crianças estão mais ociosas, já que estão confinadas e sem poder ir à escola, e acabam descontando o tédio e a ansiedade na comida. Os pais relatam aumento no consumo de guloseimas, ganho de peso, menor atividade física. É um ciclo”, afirma a pediatra. 


 


A médica chama a atenção, sobretudo, para o aumento nos casos de obesidade infantil. Algumas pesquisas feitas ao longo da pandemia já apontam uma tendência de piora na alimentação de modo geral entre a população. Um estudo feito na Itália, publicado pelo periódico Obesity, apontou que as crianças têm comido em média uma refeição a mais por dia, além de terem aumentado a ingestão de alimentos ultra-processados como doces, bolachas recheadas e salgadinhos. 


 


A boa notícia é que é possível, com pequenas mudanças, ajudar as crianças a reverterem esse quadro. “Os pais podem começar restringindo a oferta de guloseimas e ficando mais próximos e atentos à alimentação dos filhos. Incentivá-los a gastar mais energia também é importante”, aponta Flávia. 


 


Confira abaixo algumas dicas da pediatra para, aos poucos, os pais ajudarem as crianças a voltar à rotina e melhorar a alimentação: 


 


·              Mude suas compras: se não houver guloseimas em casa, as crianças não comerão.  


·              Ensine seus filhos a fazer escolhas mais saudáveis. Substitua bolachas recheadas por um bolo caseiro, por exemplo. 


·              Incentive a atividade física, mesmo que dentro de casa. Existem sites e aplicativos com treinos rápidos, de 5 a 15 minutos, que ajudam a criançada a se mexer.  


·              Em horários com menos aglomeração, tente frequentar parques e locais abertos para fazer caminhadas e, muito importante, tomar sol! Após tanto tempo em casa, é importante repor a vitamina D. 


·              Passe mais tempo com as crianças. Troque o tempo no celular ou em frente ao computador por jogos em família, rodas de conversa, brincadeiras. 


Por fim, a pediatra lembra que paciência e persistência são fundamentais. “Foram meses nesse processo e não é possível determinar quanto tempo vai levar para as crianças se recuperarem e atingirem um equilíbrio, até porque cada organismo reage de uma forma diferente. O importante é começar. Aos poucos, todos vão readaptando seus hábitos alimentares”, conclui.  


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