sábado, 26 de dezembro de 2015

SÉTIMA ARTE EM DESTAQUE:007 CONTRA SPECTRE



POR GABRIEL JOSÉ
Estudante de Cinema da UESB


Após presentear os cinéfilos com o filme perfeito para comemorar os cinquenta anos de James Bond nos cinemas com “007 – Operação Skyfall”, o diretor Sam Mendes recebeu a difícil tarefa de repetir a dose. Ora, seu trabalho anterior na série rendeu o longa de maior bilheteria da franquia, foi quase que unanimemente elogiado e ainda levou dois Oscars. A má notícia é que “007 Contra Spectre” não deve ter uma carreira tão vitoriosa assim e certamente dividirá opiniões.

O longa completa uma transição já iniciada no seu antecessor, que aproximava o personagem-título interpretado por Daniel Craig do Bond mais extravagante vivido por Sean Connery e Roger Moore. Esse é o primeiro filme da era Craig que poderia ser facilmente estrelado por algum de seus antecessores.


O que vemos é que o protagonista soturno e (relativamente) mais pé-no-chão de “007 – Cassino Royale” e “007 – Quantum of Solace” agora se encontra em um universo com mais exagerado e bem humorado. Se em “Skyfall” Bond amarrava sua abotoadura ao entrar pelo teto em um vagão de um trem, aqui ele se permite aterrissar em um sofá e ter uma conversa sobre relacionamentos com Moneypenny (Naomie Harris) durante uma insana perseguição automobilística, justamente contra Hinx, um capanga silencioso com um método pouco ortodoxo de eliminar suas vítimas .


Além disso, o surgimento da organização Spectre nesta encarnação da franquia já escancara a intenção de Mendes e dos roteiristas John Logan, Neal Purvis, Robert Wade e Jez Butterworth em inserir elementos marcantes do passado da série. O grande problema do longa é justamente que essas características por vezes entram em conflito com o status quo do universo estabelecido em 2008 por “Cassino Royale”, com a integração entre essas duas eras sendo menos suave que em “Skyfall”.

As cenas de ação do filme entregam o belo espetáculo pirotécnico que estamos acostumados. Começando com um plano sequência magnífico orquestrado por Sam Mendes e pelo diretor de fotografia Hoyte Van Hoytema que culmina em uma perseguição em meio ao desfile do Dia dos Mortos, passando por um duelo entre avião e carro e culminando em um intenso confronto físico entre Bond e o intimidante brutamontes Hinx, todas essas sequências se mostram tensas e visualmente marcantes, – embora o tiroteio na base de Oberhauser seja bem qualquer nota, assim como o confronto final entre os dois.

Apesar de ser deveras irregular, “007 Contra Spectre” ainda é um longa bem divertido e entrega também um final que pode muito bem servir como um desfecho adequado para a atual era dentro da franquia. E, seja com Daniel Craig ou com um novo ator, todos sabem que “JAMES BOND RETORNA SEMPRE.

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