sexta-feira, 13 de março de 2015

SÉTIMA ARTE EM DESTAQUE: PARA SEMPRE ALICE




POR GABRIEL JOSÉ
Estudante de Cinema da UESB


O cinema tem o poder de retratar a vida em todas as suas formas e maneiras, retrata também o impossível. Seja qual for o seu gênero ele nos transporta para a realidade do que é mostrado na tela, nos tornamos refém  daqueles personagens através de seus dramas, aventuras e desventuras . Segundo o filosofo grego Aristóteles no seu tratado A Poética: ´´A estrutura da melhor tragédia não é simples, mas complexa, e representa incidentes que provoquem medo e compaixão ´´ . E é isso que um filme faz, e muitas vezes o espectador, se coloca na pele do personagem: E se eu me deparasse com uma situação semelhante a essa?  E é isso que esse filme faz, mostra uma realidade que ninguém quer viver, mas que estamos sujeitos a ter, nos faz perceber que não somos nada nessa vida. Essa é a lição,que tirei de Para Sempre Alice.

Julianne Moore, éAlice Howland uma bem-casada mãe de três filhos adultos, é uma renomada professora de linguística, que começa a esquecer as palavras. Ao receber um diagnóstico devastador de Mal de Alzheimer, Alice e sua família terão seus laços testados.  Interpretação essa, que deu o Oscar 2015 a Julianne Moore , de forma merecedora.


O filme, é sobre a batalha dela para manter a lucidez, uma grande ironia, ela que é uma professora de linguística,  mulher que ama conhecimento, que ama as palavras, ser diagnosticada com Alzheimer, tão precocemente, e também sobre a forma que seus familiares, lidam com a doença.


Em aspectos técnicos, Para sempre Alice é um filme mediano, ele não tem valor de produção, a fotografia não impressiona, a trilha sonora muito menos,mas é elevado pela magnifica atuação da Julianne Moore, e por algumas ideias narrativas interessantes. Pouco depois que ela é diagnosticada, corta para uma cena que ela está em uma casa de praia, e nos faz pensar: que casa de praia é essa? , e quanto tempo Alice está lá? Isso faz com que o espectador tome um pequeno susto, no sentido de se situar ao que está acontecendo,   fique meio confuso  , e é mais ou menos isso, que um paciente de Alzheimer deve sentir no dia a dia, lapsos de tempo, coisas que acontecem e você não se lembra, dificuldade de se situar, quando você percebe que se passaram mesmo no percurso de tempo da historia,  você fica desorientado até se ajustar, então é um recurso muito interessante, para tentar colocar o espectador na pele de um paciente de Alzheimer.

Aliás, a simplicidade é o ponto forte desse filme, enquanto a tragédia ascendente, composta de pequenos momentos, o filme funciona, é Alice esquecendo uma receita que já fazia há bastante tempo, ela esquecendo que já conhece a namorada do filho, pequenas crueldades, porém, necessárias. É aterrorizante ver, a mente dessa mulher, extremamente inteligente, indo embora aos poucos, e quando isso é mostrado de maneira simples, é quando ele é mais impactante.

Julianne Moore nos brinda, com uma interpretação extraordinária, o que justifica a consagração com o Oscar de Melhor atriz por esse papel. Ela não precisa usar palavras, nem gestos exacerbados, para transmitir a dor, a angustia, e a confusão emocional que a personagem está passando, em momento algum faz parecer que ela está imitando uma paciente de Alzheimer, ela em momento algum, parece está imitando, alguém que está perdendo a lucidez, ela parece que está de fato perdendo a lucidez.

Para Sempre Alice, é um filme onde a interpretação de sua protagonista é o grande destaque, é um drama realista, marcante, e cruel , que nos faz refletir sobre nós mesmos.

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