POR GABRIELA COUTO
Quero começar esse texto com uma frase da professora da Universidade Federal do Fluminense, Sylvia Moretzsohn quando ela fez um texto sobre esse mesmo assunto “a informação é um bem público”. Sendo ‘bem público’ a quem pertence a informação?
Nós jornalistas, me incluo na categoria por estar em formação, temos como principal função informar. Temos um papel perante a sociedade que é de passar a informação, assim como a mesma tem que ser passada de uma forma que o público possa entender, ou seja, o mais simplificado – no sentido de uso das palavras – possível.
Os jornalistas também foram durante muito tempo conhecidos como ‘o quarto poder’, se juntando ao Legislativo, Executivo e Judiciário, porém isso não lhes dá o direito de se acharem donos da informação.
A informação pertence a ninguém. Ela é volúvel, hoje é uma e amanhã outra. Não há amarras, não há individualidade. Ela é coletiva, e pode ser construída coletivamente. Infelizmente os jornalistas vivem fechados em seu próprio mundo. Reclamamos do monopólio do transporte público, reclamos da falta de concorrência do comércio, reclamamos dos cartéis nos postos de gasolina, quem somos nós então jornalistas para monopolizar a informação?
A corrida pela informação é que acaba sendo o bacana, a apuração, a sonora, a matéria pronta, com o máximo de informações que possamos conseguir. Isso é o encanto, a mágica do jornalismo que acaba se perdendo em redações fechadas em seus condicionadores de ar e na sua vida de telefone.
Essa semana ouvi uma frase de um colega e concordo bastante com ela “Lugar de repórter é na rua”, não só na rua, mas em todo o local onde a informação estiver. Temos um compromisso assumido com a sociedade desde o momento em que decidimos ser jornalistas, informar, apenas informar, não somos donos da informação, somos pontes e como pontes temos que entender qual o nosso tamanho, pontes grandes ou mal feitas não vão a lugar algum.
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