POR GABRIEL JOSÉ*
O romancista Nicholas Sparks é um exitoso fabricante de sucessos literários, muitos deles adaptados para o cinema com relativo sucesso. Seus livros, assim como os filmes inspirados neles, dão ao leitor/espectador a especialidade do autor: romances que nos tocam na alma, mas esta é uma opinião pessoal outros podem achar melosos , mas Sparks soube me cativar. Suas histórias com seus romances e personagens cativantes da literatura pro cinema que já podemos usar o adjetivo sparkiano para classificar filmes inspirados em suas obras ou semelhantes. De tanto ser adaptado para os cinemas, Nicholas Sparks está quase se tornando um subgênero do romance. Não é segredo pra ninguém aqui que considero Diário de uma Paixãoo melhor romance do cinema.
Dirigido por Lasse Hallstrom, que já havia realizado o bom “Querido John”, outra obra de Sparks, “Um Porto Seguro” trata-se de um trabalho menos pretensioso e mais descartável do autor. Não estamos diante de um romance que ultrapassa épocas (como “O Diário de uma Paixão”) ou que tenta sobreviver às agruras de um inevitável destino trágico (como “Um Amor para Recordar”).
Seu espaço de tempo não chega a um ano e o seu vilão é bastante combatível. A simplicidade, porém, é prejudicada por uma previsibilidade além do suportável, bem como pelo desenvolvimento frágil de sua personagem principal, fazendo com que o filme perca em emoção e traga consigo uma recorrente sensação de dejá-vu.
No entanto, como em todas as outras adaptações, o nascimento e o crescimento gradual do amor entre o casal principal ganha a atenção que merece por parte do roteiro de Leslie Bohem e Dana Stevens. A química entre Josh Duhamel e JullianneHough, principalmente por “culpa” daquele, é imediata. O fato de ambos serem adultos e terem passado por experiências bastante desagradáveis durante toda a vida afetiva (Alex perdeu a esposa por conta de um câncer) não impede nem torna inconvincente a vivência de uma paixão cheia de pureza, que resiste até mesmo a um tórrido primeiro beijo, em uma das cenas mais bonitas de todo o filme. A relação entre Katie e os filhos de Alex, sem forçações de barra ou birras inexplicáveis, também ajuda no estabelecimento do clima de romance.
Se Katie não fosse resumida a uma mulher cheia de traumas recentes, sem qualquer vínculo familiar, bem como tivesse uma intérprete de mais expressividade, o longa ganharia ainda mais em qualidade tipo uma Rachel Mc Adams ou Michelle Willians por exemplo. . Por outro lado, Duhamel faz de Alex um homem bem mais resolvido, cheio de humor e preocupações. Por sinal, a presença (ou falta) da mãe dos filhos do rapaz, seja por meio de memórias ou de objetos deixados por ela, como as cartas que escreveu para os filhos, acrescenta melancolia sem exageros à história.
Com um final digamos surpreendente o filme conseguiu me emocionar em todos os quesitos mas sendo um romance de Nicolas Sparks esperava mais, mas é um belo fime do gênero . Recomendo.
*Gabriel José é estudante de cinema na UESB;
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