terça-feira, 1 de julho de 2025

BEM VIVER: ATENDIMENTO RÁPIDO E ESTRUTURA ESPECIALIZADA REDUZEM MORTES EM EMERGÊNCIAS GRAVES


O neurologista Jamary Oliveira Júnior, a cardiologista Marianna Andrade e o médico intensivista Sulivan Hübner


Dor no peito que não passa, fala enrolada ou perda súbita de força em um dos braços são sinais clássicos de emergências médicas graves. Em situações como essas, cada minuto de atraso pode custar a vida do paciente ou deixar sequelas irreversíveis. Infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e outras condições críticas exigem atendimento imediato em serviços de alta complexidade, com profissionais preparados, protocolos ágeis e tecnologia de ponta.


“Essas são condições tempo-dependentes. A rapidez com que se reconhece o quadro e se inicia o tratamento é diretamente proporcional à chance de sobrevida e à qualidade funcional do paciente depois da alta”, afirma o neurologista Jamary Oliveira Júnior, especialista em doenças cerebrovasculares que atua no Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), onde também coordena a UTI Neurológica e o Centro de Pesquisa Clínica.


No Brasil, o AVC continua sendo uma das principais causas de morte e incapacitação. “Ao perceber boca torta, fala enrolada ou dificuldade para levantar um dos braços, a pessoa deve ser levada imediatamente ao hospital. Não se pode esperar. Hospitais com protocolos especializados aceleram o diagnóstico, iniciam trombólise precoce e, quando necessário, realizam procedimentos de desobstrução dos vasos cerebrais”, explica Jamary, que é professor titular de Neurociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 


A estrutura hospitalar e a capacitação das equipes também são fatores determinantes. O Hospital Mater Dei Salvador, por exemplo, conta com uma UTI Neurológica com neurointensivistas, o que permite um atendimento contínuo desde a emergência até o pós-crítico. “Em casos de AVC, o tempo de resposta define o futuro funcional do paciente. Agir rápido é salvar vidas e histórias”, reforça o neurologista Jamary Oliveira Júnior.


Cada minuto conta - No infarto agudo do miocárdio, a situação não é diferente. Segundo a cardiologista Marianna Andrade, coordenadora do serviço de Cardiologia do HMDS e professora da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), o “tempo porta-balão”, entre a chegada do paciente ao hospital e a desobstrução da artéria, é uma das métricas mais importantes da cardiologia de emergência. “Um eletrocardiograma feito em até 10 minutos e uma hemodinâmica ativa 24 horas são fundamentais. Quanto mais rápido for o desentupimento da artéria, menor o dano ao músculo cardíaco e melhor o prognóstico do paciente”, explica.


A doutora em cardiologia destaca a importância da triagem precoce e da utilização de sistemas automatizados de alerta para dor torácica. “Hospitais que integram tecnologia à linha de cuidado conseguem acelerar a decisão clínica. E isso salva vidas”, destaca. “No infarto, a qualidade e a velocidade do atendimento evitam mortes e complicações permanentes”, alerta Marianna Andrade.


Alta complexidade exige preparo - Após o atendimento inicial, muitos pacientes evoluem para internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ambiente que exige não apenas tecnologia, mas equipe especializada. “A UTI é o centro de suporte à vida. Ali convergem os casos mais graves e os maiores avanços da medicina”, afirma o médico intensivista Sulivan Hübner, coordenador do CTI do HMDS.


Ainda segundo o especialista em Medicina Intensiva, UTIs modernas oferecem ventilação mecânica de alta performance, hemodiálise à beira-leito, ecocardiografia portátil e sistemas de monitorização avançada. “Com esses recursos, disponíveis no Hospital Mater Dei Salvador, conseguimos diagnosticar e tratar disfunções múltiplas de forma precoce, aumentando as chances de recuperação”, diz.


Sulivan ressalta também o papel da humanização nos cuidados intensivos. “A presença da família, visitas clínicas participativas e escuta ativa fazem parte de um modelo que reconhece o paciente como sujeito, mesmo em situações críticas”, pontua. “A UTI reúne o que há de mais avançado na medicina. Mas tecnologia sem equipe treinada e sem acolhimento não salva sozinha”, completa. 


O desafio está posto: garantir que todos os pacientes em situação crítica tenham acesso rápido a atendimento de alta complexidade. Quando isso acontece, a medicina faz o que sabe de melhor: salvar vidas.

Bem Viver: uma coluna sobre saúde publicada toda terça-feira.

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