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Foram seis dias dedicados ao cinema brasileiro, uma programação com 50 filmes, entre curtas e longas-metragens, mais de 46 horas de exibição (uma média de oito filmes por dia), sessões nas zonas urbana e rural de Vitória da Conquista e espaço para debates e formação.
Esses são apenas alguns dados da 13ª Mostra Cinema Conquista, encerrada na última sexta, 9. Nesta edição, as atividades da Mostra se concentraram no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, que contou com exibições, atividades complementares e formação.
Exibições aconteceram também na Praça CEUs, que recebeu o Cine-Tenda, e em cinco distritos - Bate Pé, Iguá, Pradoso, Inhobim e São Sebastião, contemplados com a Mostra Itinerante Distritos.
O evento teve início no dia 4 de novembro com uma exposição e apresentação musical sobre a obra do artista plástico e cineasta baiano, Chico Liberato.
Pioneiro da animação na Bahia, ele dirigiu o primeiro filme de animação do Nordeste, e terceiro do Brasil, o longa Boi Aruá (BA, 1983), que retrata o universo do sertão catingueiro. O filme, hoje um clássico da animação brasileira, foi premiado pela Unesco.
O artista, de 82 anos, foi o homenageado do evento neste ano. Na mesma noite, foi exibido o curta Amarilis (BA, 2016), animação de Liberato, e o longa A Cidade dos Piratas (RS, 2018), de Otto Guerra.
Ao longo da semana, o conquistense pôde entrar em contato com uma cinematografia cheia de diversidade, que dificilmente chega às telas dos cinemas convencionais da cidade. O idealizador e coordenador da Mostra, Esmon Primo, agradeceu ao público, destacando que o projeto cumpriu seu principal objetivo - estabelecer-se como uma janela para o cinema brasileiro. O presidente do Instituto Mandacaru, Marcelo Lopes, entidade responsável pela realização do evento, destacou os apoios da Prefeitura Municipal e do Governo da Bahia, “fundamentais para que esse tipo de ação aconteça”.
Lugar de resistência - A Mostra Cinema Conquista é o principal evento de cinema do interior e um dos mais importantes de toda a Bahia. É o que aponta Edson Bastos, um dos diretores de Dr. Ocride (BA, 2018), filme que encerrou o evento. “Ela agrega essa filmografia nacional que está circulando, traz novos nomes para cá, também para promover esse diálogo e formar mais pessoas através de oficinas, conferências, trazendo conteúdos que às vezes não são abordados na universidade, no dia a dia e faz com que as pessoas se atualizem. É uma mostra muito importante”, aponta Bastos.
Já Daniela Fernandes, responsável pela Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Dimas/Funceb), presente no encerramento, aponta a Mostra como um espaço de ebulição. “Um espaço de reflexão, construção de possibilidades de política, de ação em conjunto do Estado com a sociedade civil. A Mostra tem essa efervescência, uma demanda de pessoas interessadas em debater”, ressalta.
Durante as discussões, realizadores puderam trocar experiências, falar de seus desafios e perspectivas para o cinema brasileiro. “É muito importante ter esse espaço de exibição. A gente produzir os nossos materiais no curso e eles passarem por uma curadoria que os coloca lado a lado com filmes de cineastas consagrados e em ascensão, a gente se sente muito honrado”, revela Raul Ribeiro, diretor do curta-metragem O Baú do Zuzu (BA, 2018) e estudante do curso de Cinema e Audiovisual da Uesb.
Números da Mostra Cinema Conquista:
- Dos 50 filmes selecionados, 29 são curtas-metragens e 21 são longas;
- Entre os 21 longas, três são baianos: Ilha (BA, 2018); Dr. Ocride (BA, 2018); e Quilombo Rio dos Macacos (BA, 2017);
- Dos 29 curtas, oito são obras baianas: Amarilis (BA, 2016); Desertos Verdes… (BA, 2017); Próxima Parada: Suíça (BA, 2018); Solo Seco e Rachado (BA, 2018); Não é Só Isso (BA, 2018); O Baú do Zuzu (BA, 2018); Diamante de Poções (BA, 2018); e Eu, Eles (BA, 2018);
- Em média, foram exibidos mais de oito filmes diferentes por dia;
- Aconteceram 26 sessões;
- As sessões ocorreram em sete locais diferentes: além dos dois espaços na zona urbana, cinco distritos receberam exibições;
- Ao todo, foram mais de 46 horas de exibição de obras cinematográficas.
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