POR VIVIANE CRUZ SANTOS
Assessoria de imprensa da FAEB
Cacauicultores de todo o Brasil têm até o dia 1º de novembro para se inscrever no I Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil – Sustentabilidade e Qualidade. O objetivo do concurso é incentivar a melhoria da qualidade e da sustentabilidade na produção de cacau especial no Brasil, divulgando a cultura a partir dos chocolates especiais e promovendo este segmento junto aos consumidores.
Poderão se inscrever e concorrer os produtores de cacau todo o Brasil, com lotes produzidos obrigatoriamente no País, no ano de 2018. O participante que possuir mais de uma propriedade somente poderá inscrever uma delas. Produtores meeiros, arrendatários e/ou agregados poderão se inscrever, desde que apresentem cópia de documento que comprove tal condição.
Para participar, o cacauicultor deverá pagar uma taxa de inscrição no valor de R$100 e entregar uma amostra representativa do lote com o volume de 2 kg de cacau, condicionada em saco de plástico transparente identificado com o nome completo do produtor, número de CPF, o município e nome/número do lote de referência. A amostra deverá ser entregue no Centro de Inovação do Cacau (CIC), em Ilhéus, Bahia.
No ato da inscrição o produtor deverá entregar cópia do RG, CPF, documentos que comprovem a posse da propriedade, ficha de inscrição integralmente preenchida e assinada, além do questionário de sustentabilidade também preenchido e assinado. A ficha de inscrição e o questionário estão disponíveis no site www.forumdocacau.com.br e também podem ser solicitados nos escritórios locais da Ceplac e parceiros ou diretamente no CIC.
O participante também deverá manter disponível em sua propriedade e muito bem acondicionado um lote mínimo contendo 3 sacas de 60 kg de cacau, oriunda da coleta da amostra que irá concorrer. O lote tem que ser obrigatoriamente mantido em estoque e disponibilidade até a data do resultado parcial – primeira fase do concurso (1º de novembro). O não cumprimento desta norma implicará na desclassificação do participante.
O concurso é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau apoiada pela Barry Callebaut, Harald, Dengo do Brasil, GrainPro, Instituto Arapyaú, Sebrae, Sistema Faeb/Senar, e executado pelo Centro de Inovação do Cacau, em parceria com a Ceplac e a Câmara Setorial do Cacau do Brasil.
A Coordenação do evento é de responsabilidade do CIC, constituída por uma comissão organizadora formada por membros especialistas em qualidade de cacau das instituições parceiras Ceplac, Barry, Olam, Abic, Sindicafesp e sensorialistas de reconhecida competência técnica.
Etapas do Concurso
Todas as amostras que tiverem a homologação das inscrições no concurso serão submetidas a classificação físico-química. Serão classificadas para próxima fase as amostras com percentual de amêndoas bem fermentadas (somatório de amêndoas marrons e brancas compartimentadas) igual ou acima de 65 %. As 20 amostras que apresentarem as melhores pontuações na classificação físico-química serão submetidas à análise química e sensorial de liquor, para posterior análise da qualidade do chocolate. A divulgação do resultado final e premiação acontecerá no dia 9 de fevereiro de 2019, em Ilhéus.
Produção
Não é por acaso que o primeiro concurso nacional de qualidade do cacau acontece na Bahia. Além de ser uma cultura histórica local, o estado é o maior produtor de cacau do Brasil, com 88.810 toneladas, safra 2017 (57,4% da produção nacional). Possui 86.843 estabelecimentos com pés de cacau, maior número dentre os estados brasileiros produtores.
A maior região produtora de cacau é o Sul da Bahia. Ilhéus foi o município que mais produziu cacau em 2017, com 7.287 toneladas, seguido de Uruçuca (3.278 ton); Ibirapitanga (3.273 ton); Wenceslau Guimarães (2.913 ton); e Presidente Tancredo Neves (2.886 ton). O município com maior número de propriedades com produção de cacau é Valença (2.503 ton), com 4.906 unidades.
O município de Gandu (2.674 ton) teve um crescimento significativo na produção de cacau nos últimos anos. O Extremo Sul também é uma região bastante promissora, onde o cacau irrigado tem se desenvolvido com o uso intensivo de tecnologia e mecanização, mais precisamente no município de Eunápolis.
O Brasil é destaque na produção mundial de cacau e atualmente se posiciona como sétimo maior produtor do planeta. O país vem seguindo em ritmo acelerado a tendência da produção do cacau fino, resultado de um trabalho iniciado há pouco mais de uma década pelos produtores, em parceria com órgãos técnicos que incentivam o emprego de novas tecnologias, uso de técnicas sustentáveis e melhoramento genético.
Por muitos anos o foco na produtividade foi uma condição importante para superação da crise da lavoura, mas neste momento o cenário mostra que investir na qualidade do produto é papel fundamental para diferenciação e agregação de valor ao produto cacau.
Nenhum comentário:
Postar um comentário